quarta-feira, 17 de junho de 2009

Prefiro um amasso bacana!!!


"O carro pára no acostamento da rodovia. A passageira interroga se o combustível acabou. O motorista abre a porta do passageiro com violência e impaciência dizendo:
- Ou dá ou desce!
- Não rola ficarmos apenas num amasso bacana??
Pergunta a mocinha pressionada."

Em geral, o "meio termo" é considerado uma fraqueza, uma falta de posicionamento. Provavelmente isso é decorrente da utilização exagerada de Apocalipse 3:16.

Nos mares psicológicos, o meio termo geralmente, é tido como sinal de equilibrio, condição emocional posta como ideal.

No terreno intelectual, esta neutralidade é tida como segura, demonstra isenção analítica e até, pode-se atribuir ao ser neutro, a posse de uma mente "aberta" às possibilidades.

Já nos ares espirituais, temos alguns embates. As diversas mitologias, desde cedo presentes no incosciente coletivo, regadas por construções de lendas, supertições e muitos desenhos animados, fixaram na mente humana duas forças bem definidas, que agem de forma combativa desde o que se entende por origem: O Bem e o Mal, Deus e o diabo.

Com a expanção do cristianismo e as suas diversas ramificações e denominações, introduziu-se um novo componente bastante atuante e controverso que rematou a tríade: O homem.

Muito das diversas manifestações, experiências e milagres que não eram atribuídos ao poderio do Bem (Deus), deixaram de ser imputadas à força contrária (diabo, mal), sendo arrogados às próprias pessoas que as propagam.

Isso tem gerado grande ruído na comunidade cristã, onde os exegetas concorrem quanto a veracidade, validade e origem das experiências. De um lado, faz-se uso da rejeição ao desconhecido, ao não interpretado e até, ao sem propósito aparente. Do outro lado, questiona-se a frieza espiritual dos contestadores, sua incapacidade de discernimento e incrédulidade. De ambos os lados, são levantadas bandeiras de "guardadores" de Deus. Ambos, atribuem uma fatídica destinação aos opositores, desqualificando-os como lobos, aproveitadores, cegos, mortos espirituais, hereges, usurpadores e ou simplesmente, foras da visão.

Enquanto a mim? Qual é meu posicionamento? Bom, não acredito na excelência das generalidades. Cada caso e circunstância devem ser vistos como únicos, medidos com suporte bíblico e discernimento espiritual. Contudo, nem sempre essas ferramentas nos capacitam a atestar tais manifestações com certeza absoluta, posto que:

- Se (este "se" é apenas provocativo) Deus é mesmo vivo, nem mil Bíblias poderiam comporta-Lo;

- O discernimento espiritual não é uma virtude humana (constante), pois confundi-se com o discernimento do próprio coração, onde se misturam os gostos e (pré)conceitos.

Nos exemplos bíblicos que percorrem todo o novo testamento, vemos que os perseguidores de Jesus e dos apóstolos, que mesmo presenciando manifestações inconstestáveis pela cristandade atual, negaram que tais feitos viessem da parte de Deus. Outros, creram apenas devido aos milagres presenciados. Opondo-se a isto, temos também, os exemplos de pessoas que tentaram usurpar dos dons de Deus, pondo inclusive, preço nos mesmos. Vemos ainda, manifestações supostamente boas, que eram na verdade, alardes de demônios.

O discernimento espiritual é um dom excelente de Deus, o qual apesar de Paulo (e a Lívia) dizer ser inerente a todo cristão (que busca o aperfeiçoamento), penso eu, que seja privilégio de alguns. (Pelo menos no uso).

Deixando então de miar em torno do prato de leite, reafirmo que cada caso é ímpar e que necessita de observância individual. Atualmente, vemos pessoas sem o discernimento necessário (Ops! Como posso afirmar isso?!), julgando manifestações apenas por não conseguir associa-las a um propósito entendível de Deus, como também temos malucos, surtando pelo anseio transbordante de fama, poder e dinheiro (composição destorcida da prosperidade)(Ops! Como posso afirmar isso?!). Outro caso, é o da experiência verdadeira, mas vivida com o exagero da alma da pessoa, o que leva a muitos à descrença (Ops! Como posso afirmar isso?!). Não isentando ainda, situações que realmente devem ser atribuídas ao diabo.

O grande ponto divergente na cristandade, está justamente na pontuação de cada um dos casos acima citados.

Vale finalizar dizendo que mesmo com ou sem o discernimento, acredito na escolha (livre arbítrio). Nós optamos em acreditar ou não em algo.

"Propositalmente, não abordei os posicionamentos nos âmbitos sociais. De relacionamento, gostos e preferências, caráter e etc. O texto se estenderia demais. Entre outras coisas, eu teria que abordar o meu velho e "bom" Flamengo. E apesar do 5 x 0 que "sofremos" no último domingo, eu não aceitaria escárnio a respeito!!!"

Um comentário:

Antonio Mano disse...

Só pra constar.. esse domingo agora.. uma melhora na auto-estima rubro negra.. 4 x 0 em cima do Inter-papão!!!!
(Tá.. rs.. eram os reservas!)