terça-feira, 26 de abril de 2011

O meu direito começa quando o seu acaba! Será?!

O meu direito acaba quando o seu começa.

Inverti propositalmente a frase acima, no título dessa postagem, para refletirmos sobre o nosso direito individual sob a ótica de Cristo. Para tal, entendo que devemos, primeiramente, atentarmos sobre quais são os nossos deveres enquanto cristãos.

Ao revermos algumas falas de Jesus, percebemos que apesar de sua pregação percorrer vários temas como: Libertação, Paz, Verdade, Justiça, Cura, Salvação, Amor e Vida; Tudo corrobora para exortação ao arrependimento e a conversão dos nossos maus caminhos, devido a vinda do Reino de Deus.

Uma "dificuldade" em ser discípulo de Jesus, é não ter o subterfúgio da falta do exemplo prático. Jesus não ensinava apenas em palavras, mas em todas as suas ações e reações, em cada passo de amor, perdão e compaixão que ele dava em direção das pessoas. Por isso, ser um seguidor de Jesus de Nazaré, é submeter-se a uma nova normativa de conduta de vida, no proceder e no entendimento, é ter que viver a vida de uma forma nova, tão diferente da forma antiga, que se faz necessário nascer de novo. Os deveres dos cristãos por tanto, são o de ouvir e guardar as palavras do Cristo, reproduzindo-as em fé e ações no cotidiano do relacionamento com o próximo.

Jesus Cristo nos ensina a relermos as escrituras sob a ótica dele. Ele resume toda a interpretação da Lei e dos Profetas na vivência de dois mandamentos que possuem o Amor como verbo e Deus e as pessoas como alvos. Jesus fala que devemos amar a Deus sobre todas as coisas com todo o nosso ser; Ele nos diz para amarmos ao próximo como a nós mesmos. Isso porque ao termos êxito nessas duas santas ordenanças, não cometeremos falhas uns com os outros e nem para com o Pai Celeste. E ainda antes de ser preso e crucificado, ele nos deixa um novo mandamento, que também possui o Amor como cerne, mas com uma diferenciação dos demais: Amem uns aos outros como EU os amei.

Percebamos que a principal diferença entre este novo mandamento e o mandamento de amar ao próximo é a referência de quem ama. Antes, Jesus confirma que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, conforme está escrito na Lei, e com isso, devemos fazer ao próximo tudo aquilo que gostaríamos que fosse feito conosco. Quando Jesus substitui a referência de quem ama, de nós para ele próprio, ele eleva essa ação a um nível ainda não experimentado pelas pessoas.

Para ajudar mais no entendimento desse amor, podemos conferir o que está escrito no capítulo 53 do livro de Isaías. Lá, o profeta relata o que iria ocorrer ao Messias: Um justo, sem pecado, iria carregar o peso das transgressões da humanidade. Lá é relatado, como um inocente seria castigado em dor e sofrimento para a expiação dos pecados alheios. Lá ainda diz, que ele também intercederia ao Pai, em favor dos culpados. O Cristo padeceu por nossos pecados e através de suas feridas fomos sarados.

Cristo, ao dar o novo mandamento, sugere que devemos amar como ele amou, incondicionalmente, e se preciso for, dar a vida uns pelos outros. Ele sugere que este amor, deva ser dirigido até para aqueles que nos ofendem, perseguem, agridem e desonrem. Ele retira todos os termos condicionais de quem deva ser alvo desse amor. Ao entendermos a dimensão desse novo mandamento, percebemos o quão difícil é beber desse cálice!

Me pergunto mediante a esses deveres quase impraticáveis e quase inexequíveis, o que fazer? Como proceder debaixo de uma conduta cristã depois de perceber essa impossibilidade? Como dormir com um barulho desses? Ora, a resposta é paradoxalmente tão simples quanto complexa. É simples pois é uma só: NÃO FAÇO NADA! Não depende de mim! Preciso reconhecer que essa virtude vem de Deus e preciso despencar nos seus braços de amor, clamando por compaixão por todas as almas viventes; E é complexa porque: TEMOS QUE EXERCITAR ISSO TODOS OS SEGUNDOS DE NOSSAS VIDAS! Com todas as pessoas, em todas as situações. Não é algo que simplesmente, fazemos uma vez e estaremos prontíssimos para todas as outras ocorrências. É algo que é sofrível todas as vezes que é exigido.

Não há nada que possamos fazer sem a Graça do Senhor nosso Deus. Dependemos do seu Espírito Santo para alcançarmos a plenitude do dom do Amor. Precisamos, de fato crer em Jesus Cristo para submetermos nossa carne e mente ao exercício diário desse tipo de amor. Precisamos praticar todos os dias, mesmo sabendo da alta probabilidade de falharmos nessa tentativa.

Paulo nos ensina, que assim como Cristo não agradou a si mesmo por amor de nós, devemos suportar a fraqueza de entendimento de alguns, abdicando de questões e não agradando a nós mesmos. Paulo sugere ainda, que por conta desse amor, devemos deixar de fazer coisas que não nos condenam e até nos são por direito, quando as mesmas, levarem o nosso próximo ao tropeço, enfraquecimento ou escândalo. Paulo entendeu, que amar como Cristo amou, é antes de tudo se anular, abdicar de seus direitos, tomando para si apenas os deveres ensinados por Jesus. O próprio Cristo se anulou, se despindo de sua divindade para nos mostrar o caminho de volta ao Pai.

As palavras de Jesus atravessam a esfera do aconselhamento até a posição da ordenança. Ouvir suas palavras, guarda-las e vivê-las é o dever de cada cristão. O ensino de Jesus é como a receita de um remédio dada por um médico, não é prudente ignora-lo.

Concluo aqui esse post, acreditando que o cristão tem o direito de cumprir o dever de amar ao próximo como Cristo o amou. O que estiver acima disso pode até ser consciência política, amor próprio ou direito constitucional, mas não tem nada a ver com Reino de Deus!

Minha esposa está se formando em serviço social, eu sou a favor da distribuição de renda, da equidade social e da defesa dos direitos dos cidadãos, contudo, esse papel de cobrança de direitos deve ser exercido em relação ao Estado e na defesa da população empobrecida ou dos trabalhadores explorados. Não acredito que o nosso papel para com o próximo deva ser de cobrança de direitos uns com os outros. 

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Evangelho segundo o twitter

Seguindo a mesma linha de um video já postado aqui, sobre a história do Natal contada via Google, Gmail e Facebook, segue um novo video com a narração do Evangelho feita através do Twitter. 

O video é muito criativo e bem bolado, bem oportuno para esta semana que é celebrada a Paixão de Cristo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O esporte como instrumento de aprendizado social e mecanismo de aproximação para apresentação do Reino de Deus

Mesmo cerca de 123 anos após a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil, ainda vivemos um processo de adequação social para os brasileiros de descendência africana. Falar sobre o pré-conceito e o racismo contemporâneo, seria apenas nadar sobre a superfície do lago turvo e profundo que é a história da escravidão no Brasil.

Mesmo com a criação de políticas públicas sociais e secretarias de igualdade racial, existem brasileiros que não compartilham do mesmo direito e das mesmas oportunidades que a Constituição garante aos filhos da terra. Uma parcela dessas pessoas, vivem em comunidades remanescentes de escravos e quilombos, hoje denominadas de quilombolas.

Conversando com meu amigo Rafael, que está iniciando um trabalho social através de uma escolinha de futebol com as crianças de uma comunidade quilombola no interior do Piauí, surpreendi-me com alguns dos seus relatos sobre o comportamento dos pequeninos.

Ele me contou que as maiores dificuldades são de nível básico e estrutural, principalmente, no núcleo familiar, onde as crianças não tem uma educação e um exemplo adequado, o que as levam a se tornarem extremamente indisciplinadas, desrespeitosas e agressivas.

Uma das causas desse distúrbio familiar, deve-se ao fato de que boa parte das crianças não sabe nem quem é seu próprio pai. A ausência da figura paterna, não só os desconecta do retrato tradicional da família brasileira, como também, acentua neles ainda mais a total ignorância sobre o que é respeito, obediência e senso de autoridade.

Entristeci-me ao saber que infâncias estão sendo roubadas e substituídas por uma existência à margem do que entendemos ser uma vida abundante conforme Cristo ensinou.

Para entender melhor o que ocorre, devemos fazer uma pequena análise, mesmo que superficial, da comunidade. Em geral, as comunidades quilombolas, vivem do que seus líderes conseguem extrair dos programas públicos de inclusão e auxílio social. Quando incentivados, financeiramente, até conseguem definir uma identidade cultural e desenvolvê-la através de arte e folclore.

Nessa comunidade em questão, o grande carro econômico é a famigerada bolsa família. Onde as mães entendendo a regra à risca, permanecem com os seus filhos matriculados e presentes nas salas de aulas, para poderem usufruir do benefício. Infelizmente, as crianças até vão para as salas de aula, contudo, sem uma estrutura familiar e sem valores e uma orientação adequada em casa, se tornam senhores de sua própria vontade, se comportando desordeiramente. As salas de aulas não conseguem evoluir para uma didática maior do que a apresentada em uma creche, uma vez que os professores com seus péssimos salários, perdem mais tempo separando as brigas dos alunos do que ensinando qualquer matéria.

Contudo, poderíamos deduzir que, pelo menos, as necessidades mínimas de alimentação estão sendo sanadas com a bolsa família, uma vez que essa é a sua principal destinação. Porém, o que ocorre é que os homens não trabalham, as mulheres ficam a esmo nas calçadas e os bares já estão vendendo bebida às 9 hs da manhã. Bebidas essas, pagas com o dinheiro do bolsa familia.

Com isso, o trabalho inicial do Rafael ainda é muito básico e primário. Ensinar o que é direita e esquerda, ensinar a não violência, desenvolver o trabalho em grupo e companheirismo, estimular a concentração, ensinar noções de respeito e de disciplina e etc. Para só depois, conseguir ter alicerces para estimula-los a estenderem esse novo comportamento aprendido em suas casas e nas salas de aulas.

A transformação comportamental das crianças é a meta mais urgente. Elas serão os novos adultos, a oportunidade de tira-las da direção do mesmo futuro de seus pais é agora.

Jesus, em mais de uma vez relatado nos evangelhos, acenou para a importância que devemos dispensar às crianças e sobre a condenação horrível que espera por aqueles que roubam os sorrisos dos pequeninos com violência e desesperança.

O projeto da escola de futebol Rogate, vem sendo desenvolvido pelo missionário Rafael, no nordeste e pelo pastor Vinicios no sul do país.



Seguem abaixo os e-mails e telefones para entrar em contato e saber mais sobre o projeto:

Rafael Reis - rafatiago@hotmail.com - 86|9951.1686
Vinicios Vilela - vini_de_jesus@hotmail.com - 41|9911.1966