quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Conhecendo a si em Deus para poder respeitar o outro em Deus - 1 ano de Caruaru

Dia 15 de agosto fez um ano que iniciamos nossa jornada de aprendizado em Caruaru.

Ao longo desse ano, mesmo percebendo que existe muito percurso a ser trilhado, nós percebemos também que algumas verdades preciosas já nos foram reveladas pelo Pai. 

Uma delas é que devemos sempre manter o foco no que fomos chamados por Deus a fazer. Tão difícil quanto obedecer a voz do Pai é manter a direção apenas no que Ele nos diz. É justamente por querermos incremetar a ordenança do Espírito Santo que nos perdemos no processo e fazemos da missão um fardo e, consequentemente, um fracasso.

Ao virmos para Caruaru, a única direção que entendemos da parte do Senhor foi: Vão para aprender. Por isso, estamos tentando nos manter nesse "lado da pista" apenas, mesmo que muitos não entendam, mesmo que muitos esperassem de nós mais participação (até em questões que distoam do nosso chamado). A nossa consciência e fé caminham de forma firme, calando de nossas mentes as demais vozes para que só haja espaço de reverbero para a Voz da Verdade.

Sendo honestos com nós mesmos, quando o Senhor nos falou em aprendizado, só tivemos a definição do lugar, Caruaru - PE. Não nos foi permitido discernir nem sequer com quem aprenderíamos, apesar de que em nossas mentes, já tínhamos definidos os agentes desse labor. E, mesmo que tenha sido com a melhor das intenções de nossos corações, pecamos ao definirmos para nós, questões que o nosso Senhor tinha deixado em aberto, pois de fato, através dEle, estamos aprendendo com tudo e com todos. Ao caminhar junto, ao observar de perto e de longe e até ao discordar.

Um dos grandes aprendizados que temos tido é o de entendermos quem somos e para o que fomos chamados. Eu, desde criança, sempre tive os olhos voltados para questões sociais e desigualdades em geral, e por isso, ao adentrar nas fileiras evangélicas, esperava e cobrava um posicionamento mais social por parte da igreja. A Lívia tem dentro de si, todas as características maternais que uma boa mãe deve ter, consequentemente, seu chamado pastoral é gritante e transbordante, o que a faz ser observadora quanto aos pastores que não exercem o pastoreio devidamente. Essa cobrança sempre foi um fator de conflito dentro de nós, pois assim como os demais, esperavamos que todos se identificassem com o nosso chamado e que também fizessem dele sua prioridade. Hoje entendemos que esta cobrança, da nossa parte, além de infantil era fruto de um total desconhecimento pessoal, o que nos levava ao desconhecimento do outro. Pois da mesma forma que nós cobravamos certas posturas, eramos cobrados para atuar em questões que não só não tinhamos talento ou dom, mas também, questões que eram conduzidas de maneira que discordavamos absurdamente.

O descobrimento de quem se é em Deus e para o que foi chamado na obra dEle é libertador, pois o excesso de trabalho deixa de ser um peso quando exercido dentro dos seus dons e talentos e por consequência, ao percebermos para que o outro foi chamado, aprendemos a não cobrar dele uma aptdão que não lhe é natural. Ora, o que é a igreja senão o corpo de Cristo onde os diversos membros executam funções específicas e diversas?! O entendimento não mais é o de apontar as faltas de determinados pastores, mas sim, de preencher as lacunas deixadas por estes, cooperando para a boa obra de Deus.

De certo que há questões pertencentes a todos os cristãos. De certo também, que existem afazeres que podem e devem ser aprendidos durante a sua jornada na terra em prol do Reino de Deus, contudo, ao olharmos para um irmão transbordante do dom da caridade e se o deixarmos livre para o exercício desse ministério, sem cobra-lo de deveres burocráticos, deixando esses deveres ao encargo de quem tem mais preparo e desenvoltura e da mesma forma que, se esse irmão sendo um líder na igreja, tiver a humildade de se reconhecer inapto e delegar tais atividades para outros mais competentes, estaríamos fazendo uma excelente leitura do bom exercício das diversas funções na igreja.