terça-feira, 27 de abril de 2010

Uganda - Punição aos homossexuais com os nossos olhos fechados


Hoje estava pensando sobre a Igreja e as questões de igualdade do ser humano. De que como somos todos criaturas do Deus vivo, O Qual, não faz acepção de ninguém e faz o astro sol nascer para todos. Mais importante do que o próprio astro sol, que possibilita a vida para toda fauna e flora terrestre, Deus nos enviou o Sol da manhã, Jesus o Cristo. O enviou à TODOS nós.
Com o pouco conhecimento que tenho, percebo que uma das grandes marcas da cristandade durante o passar dos séculos é a sua grande omissão. Com exceção de pequenos grupos convictos e impregnados do Evangelho, os cristãos, de um modo geral, são bem omissos no que se refere à defesa do próximo, das minorias e dos mais fracos. Principalmente, quando eles (nós) não estão sendo afetados diretamente.
Lembro-me de não ouvir falar da forte repreensão dos religiosos que acompanhavam as caravelas do descobrimento ao verem os índios serem massacrados pelos seus conquistadores.
Lembro-me de não ouvir falar do rompimento da Igreja com a Alemanha e seus parceiros no período obscuro do massacre aos judeus.
Lembro-me de não ouvir falar que nenhum integrante da ku klux klan era um cristão protestante.
Lembro-me que me faltam muitas memórias dos discípulos dAquele que ensinou a morrer pelo próximo, entendendo, que o próximo é TODO aquele que precise de nós.
O noticiário fala agora, de um país africano, Uganda, onde tramita um projeto de lei que se aprovado, determina a prisão perpétua ou pena de morte para homens e mulheres que se declararem homossexuais. Tal abuso e violência humana, com a estúpida e falsa aparência de controle moral, já existe em outros países da região.
O noticiário também informa, que um (bispo) cristão por se opor a este novo atirar de pedras, foi afastado de seu sacerdócio e proibido de pregar. 
Será que vamos continuar com o nosso discursinho de merda dizendo que amamos o homossexual e apenas não amamos-concordamos-compactuamos com o homossexualismo? Será que vamos continuar vendo as minorias serem massacradas sem fazermos nada a respeito, simplesmente por não ser da nossa conta?
Será que vou me lembrar daqui há alguns anos de não ter ouvido falar da Igreja se manifestar contra isso?
Me ajudem! Alguém?! Estou sendo conivente com o homossexualismo ao condenar uma lei que tira a vida de um homem por ele ficar de quatro???

Desculpem alguns termos xulos.. desculpem algumas expressões que poderiam ser ditas de uma forma menos agressiva e até mais correta.. mas a NOSSA hipocrisia cristã está me deixando descortês.
[revisado]
O noticiário

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Livro de Eli [RESENHA]

A V I S O !
Pare agora a leitura desse post se você não viu o filme.


Antes do Evangelho (em mim), sempre suspeitei que no futuro, toda e qualquer religião seria proíbida. Para mim, era nítida a relação entre a religião e os males modernos do mundo, desde as histórias de guerras descritas no antigo testamento bíblico até os novos kamikazes de hoje, que se dizem "filhos" de Alah.

O filme, O Livro de Eli, não entra em detalhes (de como ou por que), mas mostra um futuro apocalíptico, no qual, (aparentemente) tal situação do planeta foi causada ou "cortinada" por conflitos religiosos, o que explica a proibição e destruição de quase todas as Bíblias do planeta. Desse ponto, surge a saga do nosso santo x-man cristão e sua missão. Um homem cego, designado por Deus, para levar a última Bíblia para o oeste, rumo ao desconhecido.
O filme possui um enredo interessantíssimo, com desdobramentos e aplicações infinitas para serem explorados, contudo, faltou roteiro. Me atrevo a dizer que faltou direção também. A estória é explorada através de um mix hollywoodiano-comics. O protagonista Eli, na verdade é uma espécie de Demolidor, com o carisma ranzinza do Wolwerine, pontaria do Arqueiro verde, com a missão de um monge a prova de balas e no cenário de Eclipse mortal/A batalha de Riddick.
O filme possui muitas ações com a velha e boa pancadaria e com ótimas cenas onde o mocinho se sobressai com regulares doses de crueldade (ou melhor, implacalidade) com os vilões. Afinal, quem não gosta de ver um vilão se dando mal? Ah é.. Jesus! Jesus não gosta.. ele ensina outra coisa.. mas continuemos... falando em vilão, o antagonista na verdade é um vilão genérico: Louco, egocêntrico, ditador, sedento de poder e explorador de mulheres.
Outro ponto negativo é a mocinha genérica, que infelizmente, não tem carisma suficiente para construir uma empatia com a plateia.
Num mundo onde a sobrevivência diária é o assunto principal de todos os dias, a determinação de Eli em cumprir sua missão movido por sua fé "insana" é um bom diferencial do personagem em relação aos demais.
Os 5 maiores destaques do filme na minha opnião são:
1 - Denzel Washington. Carrega o filme INTEIRO nas costas. É sempre bom ver o trabalho de um ator de verdade.
2 - A identificação da Bíblia como um livro extremamente necessário para a construção de um sociedade melhor e o perigo mortal que ela pode se tornar nas mãos de pessoas cujo o espírito e mente não são o de Cristo.
3 - O penúltimo desfecho onde descobre-se que o errante guerreiro era cego e que a Bíblia que ele lia todos os dias estava escrita em braille. (perdi essa surpresa por que me contaram o filme antes que eu assistisse. OBRIGADO JÉSSICA E LOURDES! grrrrrr)
4 - O último desfecho, onde mesmo após perder seu santo graal, ele consegue cumprir sua missão divina, pois já tinha todos os 67 livros da Bíblia decorados ao longo dos 30 anos de sua jornada.
5 - O mocinho morre no final. (cara, não sei explicar.. mas filme em que o mocinho morre no final, pra mim são os melhores)

Por fim eu gostei, recomendo e reverbero. Denzel segura bem o filme. Gosto de ver uma boa pancadaria nas telas, mesmo que mentirosa. Acredito que para toda a cristandade é bom ver um filme ressaltar a importância da fé que nos leva esperança e do amor pelo próximo ensinado por Cristo (mesmo que isso só seja ressaltado no finalzinho).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

São Jorge - Sincretismo e Lendas

Dia 23 de abril. Boa parte da nação brasileira celebra e presta homenagens a um personagem tão místico-mórfico quanto o "bom velinho" papai noel.
Já falei dessa figura sincrética do folclore religioso tupinquim ano passado. Como nada mudou, passo abaixo o link para quem quiser ler o que já foi dito anteriormente.


Salve Jesus!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Kirk Franklin - Imagine me [LEGENDADO]

Geralmente quando se põe legenda em videos do youtube a qualidade da imagem cai um pouco, no video acima não foi diferente. Mas a música e a mensagem superam esse defeitinho.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

As marcas da institucionalização da Igreja - Ed René Kivitz


A igreja tem duas dimensões: organismo e organização, corpo místico de Cristo e instituição religiosa, que convivem e se misturam enquanto fenômeno histórico e social. O grande desafio é fazer a dimensão institucional diminuir para deixar o organismo espiritual crescer. O que se observa hoje, entretanto, é um movimento contrário, no qual muitas comunidades cristãs caminham a passos largos para a institucionalização, sem falar naquelas que estão com os dois pés fincados no terreno da religiosidade formal. Senão, observe o que eu chamo de marcas da institucionalização da igreja. 
1. Liderança personalista. Quando a comunidade acredita que algumas pessoas são mais especiais do que outras, abre brecha para que alguém ocupe o lugar de Jesus Cristo e se torne alvo de devoção. Ocorre então uma idolatria sutil e, aos poucos, um ser humano vai ganhando ares de divindade. Líderes que confundem a fidelidade a Deus com a fidelidade a si mesmos se colocam em igualdade com Deus e, em pouco tempo, pelo menos na cabeça dos seus seguidores, passam a ocupar o lugar de Deus. Eis a síndrome de Lúcifer. 
2. Ênfase na particularidade do ministério. Uma vez que o projeto institucional se torna preponderante, a ênfase não pode recair nos conteúdos comuns a todas as comunidades cristãs. A necessidade de se estabelecer como referência no mercado religioso conduz necessariamente à comunicação centrada nas razões pelas quais “você deve ser da minha igreja e não de qualquer outra”. Torna-se comum o orgulho disfarçado dos líderes que estimulam testemunhos do tipo “antes e depois de minha chegada nesta igreja”. 
3. Ministração quase exclusiva à massa sem rosto. Ministérios institucionalizados estão voltados para o crescimento númerico e valorizam a ministração de massa, que se ocupa em levar uma mensagem abstrata a pessoas que, caso particularizadas e identificadas, trariam muito trabalho aos bastidores pastorais. Parece que os líderes se satisfazem em saber que “gente do Brasil inteiro nos escreve” e “pessoas do mundo todo nos assistem e nos ouvem”, como se transmitir conceitos fosse a única e mais elevada forma de dimensão da ministração espiritual. Na verdade, a proclamação verbal do evangelho é a mais superficial ministração, e deve ser acompanhada de, ou resultar em, relacionamentos concretos na comunhão do corpo de Cristo. 
4. Busca de presença na mídia. Mostrar a “cara diferente”, principalmente com um discurso do tipo “nós não somos iguais os outros, venha para a nossa igreja”, é quase imperativo aos ministérios institucionalizados. A justificativa de que “todos precisam conhecer o verdadeiro evangelho”, com o tempo acaba se transformando em necessidade de encontrar uma vitrine onde a instituição se mostre como produto. 
5. Projetos ministeriais impessoais. Ministérios institucionalizados medem seu êxito pela conquista de coisas que o dinheiro pode comprar. Pelo menos no discurso, seus desafios de fé não passam pelos frutos intangíveis nas vidas transformadas, mas em realizações e empreendimentos que demonstram o poder das coisas grandes. Os maiores frutos da missão da Igreja são a transformação das pessoas segundo a imagem de Jesus Cristo e da sociedade conforme os padrões do reino de Deus, e não a compra de uma rede de televisão ou a construção de uma catedral.
6. Exagerados apelos financeiros. Consequência de toda a estrutura necessária para sua viabilização, os ministérios institucionalizados precisam de dinheiro, muito dinheiro. As pessoas, aos poucos, deixam de ser rebanho e passam a ser mala-direta, mantenedores, parceiros de empreendimentos, associados. 
7. Rede de relacionamentos funcionais. A mentalidade “massa sem rosto” somada ao apelo “mantenedores-parceiros de empreendimentos” faz com que as relações deixem de ser afetivas e se tornem burocráticas e estratégicas. As pessoas valorizadas são aquelas que podem de alguma forma contribuir para a expansão da instituição. Já não existe mais o José, apenas o tesoureiro; não mais o João, apenas o coordenador dos projetos Gideão, Neemias, Josué, ou qualquer outro nome que represente conquista, expansão e realizações. 
8. Rotatividade de líderes. Não se admira que muitos líderes ao longo do tempo se sintam usados, explorados, mal amados, desconsiderados e negligenciados como pessoas. O desgaste de uns é logo mascarado pelo entusiasmo dos que chegam, atraídos pela aparência do sucesso e êxito ministerial. Assim a instituição se torna uma máquina de moer corações dedicados e esvaziar bolsos de gente apaixonada pelo reino de Deus. O movimento migratório dos líderes de uma igreja para outra é feito por caminhões de mudança carregados de mágoas, ressentimentos, decepções e culpas. 
9. Uso e abuso de conteúdos simbólicos. A institucionalização é adensada pelos seus mitos (nosso líder recebeu essa visão diretamente de Jesus), ritos (nossos obreiros vão ungir as portas da sua empresa) e artefatos (coloque o copo de água sobre o aparelho de televisão), enfim, componentes de amarração psíquica e uniformidade da mentalidade, onde o grupo se sobrepõe ao indivíduo e a instituição esmaga identidades particulares. Os símbolos concretos (objetos, cerimônias repetitivas, palavras de ordem) afastam as pessoas do mundo das ideias. Quanto mais concretos os símbolos, mais amarrado e dependente o fiel. 
10. Falta de liberdade às expressões individuais. Ministérios institucionalizados, personalistas, dependentes de fiéis para sua manutenção financeira e psicologicamente amarrados pelos conjuntos simbólicos não são ambientes para a criatividade e a diversidade. Todos brincam de “tudo quanto seu mestre mandar, faremos todos” e, inconscientemente, acabam se vestindo da mesma maneira, usando o mesmo vocabulário, gestos e linguagens não verbais. Seus rebanhos são compostos não apenas por “massa sem rosto” e “mantenedores-parceiros de empreendimentos”, mas também por “soldadinhos uniformizados”, o que aliás, é a mesma coisa.
Ed René Kivitz
[REVERBERADO]


Fonte: Irmãos.com - Artigo 1 e Artigo 2